A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu um inquérito na noite de domingo (02/09) para investigar as causas do incêndio no Museu Nacional. O caso foi encaminhado nesta segunda-feira (3) para a Delegacia de Repressão a Crimes de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, da Polícia Federal, que irá apurar se o incêndio foi criminoso ou não. A Polícia Federal disse que aguarda a liberação da área para entrar no prédio e iniciar a investigação.
O incêndio aconteceu por voltas das 19:30h deste domingo, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio de Janeiro.
O Museu Nacional é a instituição científica mais antiga do país, tinha 200 anos e um acervo de mais de 20 milhões de itens. Entre eles, estava o crânio de Luzia, o fóssil mais antigo das Américas e tesouro arqueológico nacional, e o maior meteorito já achado no país. O local foi residência da família real e sede da 1ª Assembleia Constituinte do Brasil.
Foto: Francisco Carlos Machado |
O prédio iria passar por uma restruturação para melhor prevenção e combate a incêndios, mas a tragédia aconteceu antes.
Os bombeiros enfrentaram problemas durante a noite de domingo (2) e madrugada desta segunda, devido problemas de infraestrutura do prédio, como:
Problemas no combate ao incêndio
Os dois hidrantes próximos ao Museu Nacional não tinham pressão suficiente.
Bombeiros buscaram água de lago e precisaram pedir caminhões-pipa.
Problemas de infraestrutura
O Museu Nacional estava em situação irregular junto aos bombeiros, segundo a corporação. "Há cerca de 1 mês a organização do Museu entrou em contato com nosso pessoal e teriam conseguido recursos. Eles queriam se regularizar junto ao Corpo de Bombeiros, mas não deu tempo", disse coronel Robadey.
De acordo com a vice-diretora, Cristiana Serejo, o local era extremamente frágil e não tinha portas corta-fogo.
O telhado foi restaurado há menos de quatro anos e a estrutura de madeira dele foi totalmente comprometida no incêndio.
A instituição vinha sofrendo com falta de recursos e tinha sinais de má conservação, como fios elétricos aparentes, cupins e paredes descascadas.
O especialista Marconi Andrade, do grupo SOS Patrimônio, disse que havia denunciado várias vezes o estado de abandono do local e que a fiação era muito antiga, revestida com tecido.
O Ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, disse à GloboNews que um contrato de revitalização do Museu Nacional foi assinado em junho, mas não houve tempo para que o projeto pudesse acontecer.
Fonte: Portal G1.com
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